segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

McLuhan

Um dia escrevi no Twitter uma resposta a um tweet de uma pessoa que falava que a internet é o 4° poder. 
Respondi que ainda não, que o 4° poder, em discussão, é a mídia, pois multidões de pessoas vêm às redes sociais vomitarem o que comeram na grande mídia.

Um dia aprendi também que a mídia vai além de um 4° poder: "Antes diziam que a mídia era o 4° poder, porém isso é coisa do passado. Hoje a mídia é um segundo Estado, que não é eleito, mas se coloca em disputa com o poder constituído." Altamiro Borges. 

Dia após dia observo isso e é muito simples, basta entrar no perfil de uma pessoa que odeia Dilma, Lula, o PT, o Brasil...
Ligue sua tevê no Jornal anti-Nacional e assista (desculpe), depois do martírio volte ao perfil supracitado, e o que verá? Simplesmente vômito.

Aumente a dose estando a par do Estadão, Folha de S. Paulo e Veja da semana (desculpe-me novamente, você não merece isso), o tal perfil terá deixado golfadas ilegíveis, pura repetição.

McLuhan vislumbrou muitas coisas, o que segue nas próxima linhas é somente um raso mergulho em seu universo.
Do meu quintal, o que observo, me puxa para um imenso abismo nessa ligação entre o Meio e a Sociedade nos dias de hoje.
















A expressão "o meio é a mensagem", foi criada pelo sociólogo canadense Marshall McLuhan. Tal expressão surgiu a partir do momento em que McLuhan se propôs a analisar e explicar os fenômenos dos meios de comunicação e sua relação com a sociedade.

McLuhan, em sua obra Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem, preocupou-se em mostrar que o meio é um elemento importante da comunicação e não somente um canal de passagem ou um veículo de transmissão. Este foi o ponto que gerou maior controvérsia em sua obra, pois até então era comum se estudar o efeito do meio quanto ao conteúdo, sem que se atentasse para as diferenças evidenciadas por cada suporte midiático (jornal, rádio, televisão, cinema, etc.). Cada meio de difusão tem as suas características próprias, e por conseguinte, os seus efeitos específicos. Qualquer transformação do meio é mais determinante do que uma alteração no conteúdo. Para McLuhan, portanto, o mais importante não é o conteúdo da mensagem, mas o veículo através do qual a mensagem é transmitida, isto é, o meio.










Herbert Marshall McLuhan (Edmonton, 21 de julho de 1911 — Toronto, 31 de dezembro de 1980) foi um filósofo e educador canadense e obteve os títulos de mestre e doutor em Filosofia pela Universidade de Cambridge. Seu trabalho é visto como um dos pilares do estudo da teoria da mídia, além de ter aplicações práticas nas indústrias de publicidade e televisão. Publicou aproximadamente 15 obras, dentre as quais: O meio é a massagem, Guerra e Paz na Aldeia Global e Os meios de comunicação como extensões do homem.

Em uma tentativa de analisar e explicar os fenômenos dos meios de comunicação e o seu papel na sociedade, Marshall McLuhan, em uma das suas principais obras, Understanding Media: the extensions of man (1964), criou a expressão "o meio é a mensagem", como metáfora para a sociedade contemporânea. Ele defendia que "a mensagem é o próprio meio", e o conteúdo que ela carrega são as mudanças comportamentais e sociais que provocam nos indivíduos. O seu foco de estudo eram os veículos de comunicação, qual o meio utilizado para difundir determinada mensagem, qual a capacidade de disseminação desses meios e qual o efeito causado na vida das pessoas.


Tomemos como exemplo a estrada de ferro, segundo a qual, de acordo com o pesquisador, mudanças significativas ocorreram na vida das pessoas e nas comunidades localizadas ao seu redor. Para McLuhan, o conteúdo de qualquer meio ou veículo é sempre outro meio ou veículo. Ele afirma ainda que independentemente do "conteúdo" que os meios veiculam, a preocupação deve ser com as suas consequências, que esses conteúdos vem para somar ao que já somos e pensamos.

Assim, os meios é que carregam a própria mensagem e isso é o que deve ser analisado, e não a "mensagem" por eles veiculadas. Para McLuhan, o conteúdo da mensagem é o que menos importa.









O conceito de determinismo tecnológico foi criado pelo sociólogo americano Thorstein Veblen (1857-1929) e aperfeiçoado por Robert Ezra Park, da Universidade de Chicago. Em 1940, Park declarou que os dispositivos tecnológicos estavam modificando a estrutura e as funções da sociedade, noção que serviu como ponto de partida para uma corrente teórica.

Atualmente, determinismo tecnológico é a corrente mais popular entre aquelas que procuram explicar as relações entre a tecnologia e a sociedade. Ele tenta explicar fenômenos sociais e históricos de acordo com um fator principal, que neste caso é a tecnologia.

De acordo com deterministas tecnológicos como Marshall McLuhan, Harold Innis, Neil Postman, Jacques Ellul, Sigfried Giedion, Lynn White Jr e Alvin Toffler, as tecnologias são consideradas como a causa principal das mudanças na sociedade. Eles interpretam a tecnologia, como sendo a base da sociedade no passado, no presente e até mesmo no futuro. Defendem ainda, que novas tecnologias transformam a sociedade em todos os níveis, inclusive institucional, social e individualmente.


Harold Innis, historiador e economista canadense, foi um dos pioneiros nesta corrente e influenciou profundamente a obra de McLuhan.









Seguidor das ideias de Innis, McLuhan diz que "Os efeitos das máquinas tecnológicas foi reestruturar o trabalho humano e associação pela técnica da fragmentação." McLuhan chama ainda de "sonâmbulos" os que dizem que é o uso que se faz das tecnologias que determina seu valor. Para ele, o poder transformador da mídia é a própria mídia. "A mensagem de qualquer meio ou tecnologia é a mudança de escala, ritmo ou padrão que introduz na vida humana.".

Portanto, para Marshall McLuhan, a evolução das culturas seria ditada pelos meios de comunicação sob a forma de novas tecnologias; isto é, seriam eles (os meios) os principais responsáveis pelas transformações que nossa sociedade passa. Sendo assim, a tecnologia seria a determinante em nossa sociedade, o que nos move e o que nos impulsiona para a mudança.

Marshall McLuhan afirma que o meio influencia significativamente a mensagem que iremos receber, sendo assim, uma mesma mensagem é percebida por um mesmo indivíduo de formas diferentes caso ele as receba em diferentes meios.


A expressão “o meio é a mensagem” quer dizer que nós recebemos mensagens de formas diferentes dependendo de como elas nos são apresentadas, pois somos nós que influenciamos esse meio e a forma com que a mensagem será transmitida para um determinado receptor. Nós que determinamos o meio em que a mensagem será transmitida, é a sociedade que é responsável tanto pela transmissão como a recepção de mensagens. A tecnologia não determina, mas sim, proporciona mais uma forma de nos expressarmos. Se hoje a tecnologia está cada vez mais presente na forma como lidamos com nossas inter-relações é porque a sociedade foi se transformando durante anos até evoluir para esse período.









Muitos se perguntam o motivo de um dos livros mais conhecidos de Marshall McLuhan “The Medium Is The Massage” (O meio é a massagem) possuir esse título ao invés de “The Medium Is The Message” (O meio é a mensagem). O filho mais velho de McLuhan, Eric McLuhan, conta que na verdade o título foi um erro tipográfico. Quando McLuhan viu o erro exclamou:"Deixe-o em paz! É grande e bem no alvo!".


O que McLuhan quis mostrar é como o meio ou o canal em que a mensagem é transmitida interfere muito mais no impacto dela, do que o próprio conteúdo, conforme ele mesmo havia teorizado. Pois, com a mudança desta última palavra, o título teria quatro leituras possíveis: message (mensagem), mess age (era da bagunça), massage (massagem) e mass age (era da massa).









Além da expressão "O meio é a mensagem", Marshall McLuhan, em sua principal obra, Understanding Media: The Extensions of Man (1964), conceituou outros aspectos importantes da mídia que tiveram grande repercussão no estudo dos meios de comunicação e seus impactos na sociedade.










Meios quentes e meios frios

McLuhan classifica os meios de comunicação como quentes e frios.

Os quentes são os meios que prolongam um de nossos sentidos e possuem alta saturação de dados ("alta definição"). Estes meios nos oferecem um excesso de informação sem precisar de intervenção dos demais sentidos humanos. Já os meios frios requerem um maior engajamento do espectador, fazendo-o usar vários sentidos simultaneamente. Menos informação é disponibilizada ("baixa saturação") e é necessário a intervenção dos demais sentidos para preencher os vazios deixados pelo meio.

Os meios de comunicação como extensão do ser humano

O autor defende a ideia de que todos os meios são extensões dos sentidos humanos (chamado por ele de "prótese técnica"). Meio é definido por McLuhan como toda forma de interação social e as formas pelas quais se estabelecem relações de poder, ora por dependência, ora por cooperação e ora por dominação. Essas formas de extensões são simbióticas e nos explicam a transformação da sociedade frente às novas tecnologias que mudou nossa percepção de espaço e de tempo.

O papel e a caneta são extensões do sentido da memória (que hoje já evoluíram para os palmtops, a roda seria extensão dos nossos pés e da habilidade de locomoção e o telefone seria a ampliação da nossa fala .

Aldeia global

Este espaço nada mais seria que um espaço de convergência, em que toda a evolução tecnológica estivesse caminhando no sentido de formar uma aldeia, em que a qualquer distância seja possível a comunicação direta. As formas de comunicação da aldeia são essencialmente bidirecionais e entre dois indivíduos. Somente com a invenção do telemóvel e da internet é que o conceito se começa a concretizar. O princípio que preside a este conceito é o de um mundo interligado, com estreitas relações econômicas, políticas e sociais. A ideia de global é verdadeiramente ampla, uma notícia em determinado lugar do mundo pode repercutir para todos os países e ter influências econômicas, culturais e sociais .





Fonte: pt.wikipedia.org/meio_mensagem



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